quarta-feira, 15 de julho de 2009

História de um Quadrinhista

Meu blog, embora não tenha nenhum intuito comercial, ficará disponível para divulgar trabalhos de alguns amigos, como é o caso do Moacir Torres.
Embora poucos saibam, ele é o pai (criador) da "Turma do Gabi" uma galerinha que encanta o público infantil, com suas travessuras e mensagens educativas.
Antes de conhecer esse ilustre desenhista, já era fã do seu trabalho, e provavelmente os leitores já devem ter visto, ou até mesmo, adquirido uma das edições de suas revistas, encontradas nas principais bancas de jornais do país.
Moacir sofre pela falta de incentivo artístico e diz que é difícil permanecer nesse mercado, e que muitas vezes se viu obrigado a complementar o orçamento familiar com atividades paralelas (ilustrações, cartuns e charges).
Para conhecer mais sobre a "Turma do Gabi" acesse: www.turmadogabi.blogspot.com

Breve apresentação...

Moacir Torres, nasceu em Agudos, SP, em 1957, e reside em Indaiatuba (SP) desde 1993. Começou como desenhista na TV Cultura em 1974. Fundou em 1978 (Santo André) com Cláudio Feldman, a Editora Taturana, que publicou dezenas de títulos, além de periódicos como o “Jornal da Taturana” e “Tempo Livre”. Trabalhou como arte-finalista para a Ed. Abril e ilustrou o suplemento “Diário Criança” do jornal “Diário Popular” de São Paulo por cerca de dez anos. Participou de várias coletâneas literárias e de dezenas de salões de humor e HQs. Criou e publicou várias revistas em quadrinhos, atividades e livros infantis. Duas revistas infantis criadas por Torres foram lançadas recentemente
na Espanha e em Portugal. Atualmente ministra oficinas de desenho e vem produzindo várias revistas de atividades infantis para editoras, além de passatempos e quadrinhos para vários jornais brasileiros.

Por: Moacir Torres
...Eu conheci a primeira revista em quadrinhos com uns nove anos de idade, achei o “Gibi” (A revista Gibi ficou tão conhecida, que todos acham que revista em quadrinhos é um gibi) jogado no lixo juntamente com outras revistas e jornais da época, pois éramos pobres e tínhamos outras necessidades. Agradeci e agradeço até hoje aquela pessoa que ao jogar a revista de HQ no lixo, veio me proporcionar um interesse muito grande pelos quadrinhos. Daquele momento em diante, passei a ler mais (trocava umas edições com meus amigos de escola) e a desenhar os meus próprios gibis. Todos gostavam, elogiavam e me incentivavam a continuar.
O dom de desenhar que o nosso mestre maior (Deus) me deu de graça, eu procurei aperfeiçoa-lo, mesmo com as dificuldades que tínhamos. Desde o princípio coloquei em minha mente que seria um desenhista, e um dia faria HQS como aqueles gênios da época: Luiz Sá, Nico Rosso, Eugenio Colonnese, Gedeone Malagola, Ziraldo e muitos outros. Então resolvi me dedicar totalmente a arte do traço, mesmo contrariando meus adoráveis e queridos pais, que achavam que eu estava perdendo o meu tempo com o desenho. É claro que mais tarde viram que a minha persistência, fé determinação e luta foram cruciais para que eu viesse a conseguir até mais do que desejei ou sonhei. Por isso, meus caros amigos, leiam HQS (brasileiras de preferência), pois a nossa classe artística anda meio desanimada, pois não existem incentivos específicos para que possamos nos entregar de corpo e alma aos quadrinhos, temos que fazer algo paralelo (ilustrações, cartuns e charges) para sobreviver. Estou apostando nessa nova geração de quadrinhistas, para que eles dêem continuidade na nossa luta e mude a história das HQS nacionais.
Nessa minha caminhada, já criei a “Turma do Gabi” e mais de cem outros personagens, cheguei a desenhar umas quinhentas páginas de quadrinhos dessa galerinha que já foram publicadas em revistas próprias, e em vários jornais.

3 comentários:

  1. Olá querida, valeu pela força... Sucesso pra vc e seu blog 10! Vou colocar um link no meu. Parabéns

    ResponderExcluir
  2. Como já dizia um autor pesquisador de quadrinhos, para produzir esse material em nosso país tem que ser super herói mesmo para poder lutar bravamente contra as dificuldades, que não são poucas no mercado. Por um lado, têm que se competir com os já estabelecidos comics americanos e os mangás, esses últimos cada vez mais ascensão.
    Mas é de se parabenizar a resistência do Moacir em continuar até hoje produzindo e divulgando seu trabalho, também vale ressaltar o justo reconhecimento feito a ele.
    Parabéns....

    ResponderExcluir
  3. Realmente Marcus...conheço muitos quadrinhistas que enfrentam sérias dificuldades, em sobreviver de suas criações.
    Falta incentivo!!!

    ResponderExcluir