Me sinto privilegiada por ter tido oportunidade de estudar, em uma das universidades mais conceituadas de São Paulo. Não sou graduada pela USP, apenas fiz um curso na área de "Jornalismo e Políticas Públicas Sociais", e mesmo em meio a greves intermináveis, o que compromete a qualidade e a continuidade do ensino, pude comprovar o quanto é relevante ter no currículo o nome dessa instituição.
Não me resta dúvidas, de que o conteúdo apresentado neste curso, agregou muito conhecimento para minha formação profissional. Tive uma visão totalmente abrangente do que é jornalismo e como fazê-lo na prática. Hoje consigo analisar um veículo de comunicação e ter discernimento de como aquela pauta foi produzida, quais as deficiências que ela apresenta e como poderia ser mais explorada (no que se refere a informações, estatísticas, fontes, entre outros).
O que não falta na USP são jornais e revistas laboratórios, para que os alunos apliquem na prática, o conteúdo adquirido em sala de aula (muitas universidades particulares não proporcionam isso). Cheguei à conclusão que é impossível fazer "jornalismo" apenas com conhecimento teórico, isso se aprende com muita prática e com a rotina da profissão.
Ou seja, estou admitindo mesmo a contragosto, que um profissional graduado em uma universidade pública é bem mais preparado do que eu. Não que eu duvide dos conhecimentos que adquiri, nem da capacidade que tenho de aprender porém, sou defasada em relação à essa embora pequena, considerável parcela da população, que pôde cursar uma USP ou qualquer outra do mesmo nível.
Embora pública essa e tantas outras que nem preciso citar nomes, não foram feitas para pessoas 'comuns' que não podem custear o próprio estudo. Muito pelo contrário, o espaço está tomado pela classe média alta. Ali encontramos os alunos mais preparados para o mercado, que passaram pelo ensino básico e fundamental da mais alta qualidade e até arriscaria dizer, que deve ser raro encontrar alguém que fale apenas um idioma fluente.
Quantas vezes não me deparei, com a seguinte frase nos anúncios dos classificados de emprego: "favor enviar currículo somente candidatos de universidades de primeira linha".
Infelizmente essa não é só minha realidade, mas, de milhares de pessoas que "buscam" uma boa colocação no mercado de trabalho.
Por mais que tente esquecer o significado da palavra "desigualdade social", a vida se encarrega de me lembrar...
Sonho com o dia em que todos, sem exceção, terão acesso ao mesmo nível educacional pois, aí sim qualquer tipo de competição será benéfica.
Será que ainda verei esse cenário mudar? Difícil dizer que sim né? Temos árduos caminhos a percorrer.
USP...sonho de muitos, realidade de poucos!
Também concordo que a USP seja uma realidade de poucos ainda mais pelo fato do vestibular ser cada vez mais seletivo e acirrado, algo que não prova muito o que a pessoa realmente sabe pois não conseguir passar não significa ser incapaz como o sistema infelizmente tenta fazer com que pensemos.
ResponderExcluirEu também fiz uma faculdade particular, bem menos conhecida que as demais e com menos nome mas aprendi muito tanto pela vontade própria (o aluno faz a faculdade, não é só um clichê, é fato)como pelos bons professores que tive mas ainda sonho em algum dia entrar lá e aprimorar ainda mais meus conhecimentos.