terça-feira, 10 de novembro de 2009

Presos de volta ao mercado de trabalho...


Começar de Novo


O Projeto “Começar de Novo”, Iniciativa do (TJAC) Tribunal de Justiça do Acre e do Instituto de Administração Penitenciária do Estado (Iapen-AC), tem por objetivo inserir e capacitar presos que cumprem pena em presídios, para o mercado de trabalho.
Atualmente, embora estudos não sejam precisos, o índice de reincidência, dos que voltam à vida do crime é alto, aproximadamente 60 a 70%, o que reflete diretamente nas estatísticas de segurança pública.
Funciona como um conjunto de ações voltadas à sensibilização de órgãos públicos e  sociedade civil, com o propósito de coordenar, em âmbito nacional, propostas de trabalho e de cursos de capacitação para presos e egressos do sistema carcerário, de modo a concretizar ações de cidadania.
Do Complexo Penitenciário Dr. Francisco D’Oliveira, dez reeducandos, como são chamados também os que se encontram em regime semi-aberto, começaram a trabalhar na semana passada na área administrativa do Poder Judiciário.


Como funciona?



Escolhidos por critérios de bom comportamento, os presos prestam serviços em setores variados que vão desde almoxarifado, arquivo geral, diretoria, juizados especiais cíveis, informática, logística, transportes e patrimônio.
Diretor-presidente do Iapen, Leonardo Carvalho, considera a parceria institucional com o Tribunal um avanço social. "Vocês fazem parte de um projeto que poderá ser um exemplo para outras instituições e para todo Brasil. São 10 pessoas que poderão multiplicar-se por 100 e assim por diante, pois a idéia é ampliar as chances de trabalho para pessoas que estão em processo de reintegração à sociedade", afirmou.
Antonio José de Souza Andrade um dos reeducando, comentou a respeito do significado do momento. "Este é o grande dia da minha vida. Vou poder trabalhar, e mostrar a minha família e à sociedade, o meu valor, que posso ser digno e feliz. Só temos que agradecer por essa oportunidade, que é tudo o que precisávamos para voltar a viver", analisou.

Convênio tem duração de um ano, mas poderá ser prorrogado, prevê que os detentos recebam, pela jornada de 40 horas semanais, um salário mínimo e vale-transporte. Também deverão comprovar freqüência ao trabalho, além de passarem por avaliação mensal sobre desempenho, que será realizada pelos setores onde deverão atuar.
Tribunal investirá na execução do projeto, a soma de aproximadamente R$ 80 mil. Já o Iapen concederá uma equipe de assistentes sociais e psicólogos, que darão suporte para reintegração dessas pessoas ao trabalho formal.
Estão envolvidos no projeto presos, egressos do sistema carcerário, cumpridores de medidas e penas alternativas, organizações não governamentais, gestores públicos, empresas privadas, magistrados, associação de classes e conselhos de comunidade. O objetivo é promover a cidadania e disseminar valores éticos, morais, por meio de atuação institucional efetiva.
A meta é reduzir a taxa de reincidência no mínimo para 20%, no primeiro ano, mantendo-a nesse patamar nos anos seguintes – monitoramento trimestral.  E oferecer cursos ou trabalho, a 10% da população carcerária, em cada Estado. Aumentar 10% a cada ano, de forma gradativa.


Mais informações:
www.cnj.com.br



2 comentários:

  1. Acho também que é um avanço social. Não se pode ignorar a existência dessa massa de pessoas que ocupam os presídios e que voltarão ao convívio social sem trabalho, sem condições de sobrevivência, sem dignidade. Trabalho é dignidade!
    Bjs!

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  2. Claudinha,

    Obrigada pela participação! Sim, o homem só se sente digno, se conseguir prover o próprio sustento e isso só é possível através do trabalho. E isso deve começar dentro dos presídios mas, deve ter continuidade quando o indivíduo estiver em liberdade.
    Integrar o preso à sociedade, sem preconceitos! Oportunidade...é o que eles necessitam e não encontram.
    Grata pelo comentário!

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