sábado, 31 de outubro de 2009

Desmistificando o candomblé...

Existe muito preconceito em torno das religiões afro-descendentes, principalmente em relação ao Candomblé, que utiliza em seus ritos, o sacrifício de animais.
Exú, senhor de todos os caminhos, aquele que abre porteiras, é sem dúvida, a imagem mais assustadora pois, sua representação física, assemelha-se muito às figuras diabólicas. Vermelho e preto, são os tons que predominam, e gera pavor aos mais leigos, a roupa vem acompanhada de uma capa preta e um tridente na mão.

Exú, Eshu ou Esú - Origem Yorubana significa = esfera
Para os africanos a palavra Exú significa =  uma "entidade invisível" (intermediária entre os homens e os orixás)

Um pouco de história 

Os negros foram submetidos ao trabalho de forma degradante, sem que houvesse por parte dos colonizadores, respeito, assistência e reconhecimento. A verdade é que eles eram considerados apenas "tração animal", sem nenhum tipo de liberdade que lhe garantisse o mínimo de integridade física e moral.
A igreja católica, neste contexto, fazia vista grossa pois, se beneficiava do sistema escravocrata.
Nos navios negreiros, eram transportados da forma mais vil, ou seja, pior do que meras mercadorias. Acorrentados, traziam consigo apenas suas crenças e seus valores e acreditavam em um poder maior a quem chamavam de "Olorum". Eles tinham muita fé e acreditavam que um dia, com merecida dignidade, Olorum iria resgatá-los e tirá-los daquela situação humilhante.
Em jornais do século passado, era comum ler anúncios de velhos negros, muitos deles cegos e paralíticos, que se ofereciam para pedir esmola em frente às igrejas. O dinheiro arrecadado era revertido aos seus senhores.
Já as negras mais vistosas, essas eram enviadas à prostituição tornando-se uma verdadeira fonte de lucro.
Os religiosos do passado, utilizando dos elementos encontradas na própria natureza, fogo, ar, água e terra, promoviam chuva para suas plantações, fogo para matar as pragas, ar para eliminar pestes, varíolas, etc, que por intermédio de Exú rogavam aos orixás a proteção de suas tribos.
Portanto, Exú sempre foi considerado guardião e mensageiro dos orixás, junto ao homem.

Um pouco da história de Exú

Como dito acima, Exú pode ser encontrado e invocado em qualquer lugar do mundo.

Exús do foco de Oxosse = Presente nos hospitais. Cabe a eles determinarem os momentos finais, daqueles que vão fazer a viagem.
Conhecidos também como os encapuzados, dois dias antes do desencarne, comparecem à cabeceira do doente e lhe tiram a "cota de ar", vital para sua sobrevivência.

Exús Caveiras = Os Exús Caveiras complementam e finalizam, o trabalho inicial dos Exús de Oxosse. Aqui os doentes passam pelo tratamento final e suas imagens etérreas são transladadas para a cova. Depois auxiliam o corpo astral para os diversos caminhos, ao lado de parentes e amigos íntimos que os aguardam.

Exús Sete Capas = Trabalham nos hospitais e nas matas.

Exús Tiriris = Nas cachoeiras, pedreiras, tribunais de justiça, assembléias públicas, etc.

Exús Veludos = São encontrados nas margens dos rios, diques, lagos, maternidade, creches, penitenciárias, etc.

Exús Sete Encruzilhada = Ficam estacionados em todas as encruzilhadas, vilas e pequenas cidades, escolas, faculdades, etc.

Exús Tranca-ruas = Gerem todas as ruas da cidade e encruzilhadas, quartéis, estradas de ferro, rodoviárias, sendo os mais populares não só no plano astral como no físico.

Exús Marabou = São os donos das orlas marítimas e lugares onde se processem trabalhos científicos.

Um pouco da história sobre pomba-gira

Maria Molambo é uma das personagens mais populares, entre tantas pomba-giras existentes. Garota jovem, de família abastada, a contragosto se vê obrigada a se casar, com um rapaz arranjado pelo seu próprio pai, embora fosse apaixonada por um funcionário de sua fazenda.
Para fugir do matrimônio, abandona a família e foge com um rapaz com quem se casou e teve um filho.
Sua família nunca desistiu de procurá-la, até que um dia encontram o casal e matam seu marido. Sem dinheiro, Molambo perambula pela cidade com seu filho e entra para a prostituição.
Seu filho adoece ela contraí uma doença sexualmente transmissível. Impedida de trabalhar, começa a mendigar pelas ruas da cidade. Seus pais morrem mas, por intermédio da mãe, ela é inclusa na herança que infelizmente nem chega a usufruir pois, a doença já tinha se propagado deixando seu corpo debilitado.
Dois anos após, receber sua herança, Maria Molambo morre. Seu apelido foi obtido na rua, quando pedia esmolas pois, seu traje permitia tal ação.
Quando chegou ao plano astral, monta um asilo aos idosos e uma associação para acolher as prostitutas que ali chegavam.
Em 1900 conheceu Maria Padilha, mulher que lutava pela igualdade dos sexos. Juntas fundaram a Umbanda.
O que difere a Umbanda do Candomblé é que na primeira, não existe matanças, nem oferendas, apenas folhas, frutos, raízes, etc.

Fonte: Extraído do livro - Maria Molambo "Na Sombra e na Luz" 

18 comentários:

  1. Belo post! Eu sinceramente nunca entendi muito sobre a diferença entre Umbanda e Candomblé e sempre tive a ideia de que era tudo uma coisa só. Tanto que, eu agora posso entender realmente agora o que minha tia crê pois posso ter julgado-a mal. Pude tirar uma conclusão: candomblé é punk e a umbanda revolucionária.

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  2. kkkkkkkkk...Candomblé é punk? Umbanda revolucionária?...ótimo seus comentários! As pessoas realmente criticam, aquilo que não conhecem. Eu também me incluo nessa categoria, as vezes me vejo julgando algo...mas, depois paro para pensar e fico até com vergonha. Temos q nos policiar né?
    Ninguém é obrigado a gostar mas, temos que respeitar crenças alheias. Isso é saber lidar com as diversidades.
    Bjsss, Fê

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  3. Oi, Fê! Seu post me surpreendeu...
    Normalmente, as pessoas tem um certo receio de falar sobre coisas que podem até acreditar, mas que normalmente podem assustar as outras pessoas, devido ao preconceito.

    Não sou umbandista e nem do candomblé. Sou espírita convicta (Kardec) e preconceito não é comigo não! Gosto de aprender...

    Algumas vezes, por pura curiosidade, visitei uma casa de umbanda perto do bairro onde moro e fiquei impressionada, pois ao chegar às reuniões, não era nada daquilo que eu ouvia falar, no sentido negativo. As pessoas de lá usavam roupas muito branquinhas, eram educadíssimas e os rituais eram muito tranquilos e bonitos. Haviam muitas crianças no local, até mesmo de colo, e todos saíam de lá muito satisfeitos por terem ouvido palavras consoladoras, que certamente diminuíam suas aflições. O ambiente era calmo e sereno, e por tudo isso que relatei aqui, achei que valeu muito a visita.

    Como disse antes, não sou umbandista, mas gostei muito de conhecer um pouco mais sobre isso. Já o camdomblé, acho que jamais conseguiria ir conhecer, pois sou totalmente contra matança de animais para os ditos "sacrifícios". Aí já não é nem questão de preconceito, mas da minha própria concepção das coisas mesmo. Não rola de jeito nenhum...

    De toda forma, seu post foi muito interessante.
    Bjos pra vc e boa semana!

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  4. Vivi,

    Obrigada pelo comentário!
    A Associação Protetora dos Animais também condena o sacrifício, o que abre margens para diversas discussões. O Candomblé é considerado, até pelos próprios adeptos, uma religião extremamente tradicional. Na verdade é chamada de "afro-brasileira" pois, sofreu uma "adaptação", de acordo com os costumes brasileiros. Nos países africanos, por exemplo,
    o culto é bem mais simplificado, digamos, sem o "requinte" que temos por aqui.
    Para o Candomblé deixar de sacrificar animais (que representa a vida) seria mais ou menos, equivalente à igreja Católica eliminar o celibatário dos padres. É algo...nessa proporção, portanto, totalmente cultural. E não sei sinceramente até que ponto, conseguimos mudar a "cultura" de uma determinada religião.
    A entrega de oferendas em locais públicos (como praças, encruzilhadas, etc...) é outro problema que eles enfrentam. Não sei te dizer o valor mas, sei que eles pagam multa se forem flagrados. Concordo que isso além, de sujar a cidade, causa uma certa "poluição visual" (galinha, velas, farinha, etc...).
    Realmente o Candomblé, num primeiro momento, assusta bem mais que a Umbanda.
    Você está super certa! Jamais devemos fazer algo, contrário aos nossos ideais e crenças. Gostei demais da sua sinceridade, muito mesmo!
    Obrigada pela participação!
    Bjssss, Fê

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  5. Boa tarde Fê, belo post, mas como seguidor de Jesus, estou fora das duas!

    Tenha uma ótima semana!!!

    Abração!

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  6. Olá,

    Futebol - Minha Paixão Eterna...
    Seguidor de Jesus? Você se refere a religiões evangélicas?
    Confesso que sempre que possível leio o jornal da "Igreja Universal", muito bom por sinal pois, aborda pautas bem interessantes.
    Gosto muito de cantores evangélicos e posso citar alguns como Aline Barros, André Valadão...entre tantos outros, que não me recordo agora o nome.
    E já assisti vários cultos evangélicos.
    Obrigada pela participação.
    Beijos e uma ótima semana p/ vc também. Fê

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  7. Excelente o Post Nanda, diferenciando Ubanda de Candomblé. Seu blog é show, to te seguindo
    beijos
    Ricky Mascarenhas

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  8. Oi Fê, tudo bem?
    Coloquei seu link no meu blog também.
    E seguidor de Jesus é bem diferente de Universal...Universal é seguidor de outra coisa ($$$)...
    Beijos!

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  9. Fernanda, li o seu texto "Podemos ser chamadas de "sexo frágil"?"e achei interessante. E a Equipe do Blog Esporte Total, estreará na próxima quinta feira, um novo quadro das mulheres no futebol, gostaria de sua presença lá pode ser?
    Aguardo tua presença.
    Beijos.
    André do Blog Esporte Total
    http://esportetotalbh.blogspot.com/

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  10. Olá Equipe Total,

    Respondi seu post lá no seu blog.
    Abraços e obrigada pelo convite.
    Fernanda

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  11. Fernanda, mais espero tua presença para dar tua opinião das mulheres no cotidiano, não necessáriamente no futebol, claro se quiser comentar algo, fique a vontade.
    André do Blog Esporte Total
    http://esportetotalbh.blogspot.com/

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  12. Olá Fernanda, é sempre polêmico o assunto religião. No seu relato, podemos constatar a grande omissão da Igreja Católica, quando fechou os olhos para a escravatura. Mas não foi só isso, somos sabedores pela história, que a mesma extrapolou em suas perseguições de caça às bruxas no período da Inquisição, sem falar em outras omissões, a fim de ficar de bem com o poder. Houve uma época em que a Igreja Católica Brasileira era mais crítica no que se refere à religiões afro, mas, ultimamente, com o avanço do sincronismo, principalmente na Bahia, amenizou um pouco. O Brasil é um estado laico e a liberdade de culto é garantida pela constituição. Qualquer prática religiosa, desde que respeite a integridade dos seres vivos e não interfira no livre arbítrio, tem que ser respeitada. A liberdade de religião inclui ainda a liberdade de não seguir qualquer religião, ou mesmo de não ter opinião sobre a existência ou não de Deus (agnosticismo e ateísmo). Crenças são frutos da formação cultural e do meio em que o indivíduo foi criado, recebendo influências, primeiramente dos pais, depois da família, amigos e escola. O mal da religião é quando interfere na liberdade do crente, querendo ditar normas e fazendo escolhas pelo seguidor, mudando sua história de vida. Nisso tudo, o mais grave é o preconceito, que motiva conflitos entre pessoas, com discussões tolas. É preciso que todos respeitem as crenças, as práticas religiosas, suas tradições e seus rituais, pois a ideologia da crença, faz parte da individualidade de cada um. Religião é algo de forum íntimo e existe para ligar, harmonizar, fazer o bem e não para separar, criar desavenças, guerras, mortes e desgraças. É que cabeça é um negócio sério. Há tempos atrás, pude ver um vídeo feito por uma câmara de vigilância de um ônibus, onde mostrava o assaltante fazendo o sinal da cruz, antes de iniciar um assalto aos passageiros. Já no oriente médio, os “homens bomba” fazem uma oração antes de se explodirem, matando-se e matando, muitas vezes, centenas de pessoas que estavam nas proximidades. São os fundamentalistas. É triste, não é essa a função da religião. Um abraço, Armando.

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  13. adoreiiiiiiiiiiiiiii!!!
    nao sabia dessa historia, mas fiquei muito feliz em saber, pois é diferente de tudo que li hoje.
    Nao sabia que a pomba-gira era essa maria mulambo,mas agora fico sabendo que realmente ela sofreu.
    bem, eu nao acredito muito nessas coisas, mas que a historia é comovente isso é verdade.
    :D
    fiquei um tempinho sem entrar aq por conta do tempo, mas estou de volta.

    bj pra tu sua menina
    :D

    OBS: tem texto novo la no meu blog esplicando o motivo pelo qual eu fiquei um tempo sem postar.

    ERICK MOURA

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  14. Oi, Fê!

    Bom, eu moro em Salvador, então por aqui o candomblé ( e a umbanda) é muito forte, existe uma identidade muito grande de boa parte da população com as chamadas religiões afro (até porque Salvador tem algo em torno de 80% de negros e afro-descendentes).

    E aqui ocorre o chamado "sincretismo religioso", onde as crenças cristãs/católicas se encontram com a umbanda e até mesmo com o candomblé. O cidadão, desta forma, não vê problema nenhum em frequentar a igreja católica pela manhã e o terreiro pela tarde. Nem entendo muito desse negóico, mas prefiro não me envolver com nenhuma "religião", sejam cristãs, umbandistas ou quaisquer que sejam.

    Tenho vários alunos adpetos do candomblé e da umbanda e não faço distinção. Não me envolvo em polêmicas e deixo que sigam seu caminho naquilo em que creem.

    Aliás, a manutenção do respeito às crenças deve prevalecer - embora eu tenha minhas restrições quanto a certos segmentos neopentecostais. Houve um caso muito polêmico aqui em Salvador envolvendo a Igreja Universal e Mãe Gilda. Procure no Google, basta digitar "Mãe Gilda" para entender o que aconteceu. Posso dizer que a IURD tentou mexer em um "terreno minado", que foi o candomblé justamente na BA. A ialorixá, com certa idade e com a saúde debilitada, diante de toda a confusão envolvendo o seu nome, foto e acusações levianas por parte certos "líderes" locais da IURD, acabou falecendo. A IURD foi condenada (depois de anos de luta, ações e processos) e o dia 21 de Janeiro ficou oficialmente conhecido como "O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa".

    É por aí.

    bj

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  15. Fernanda, voltando para corrigir palavra no meu texto acima: onde se lê (sincronismo), leia-se SINCRETISMO. Um abraço, Armando.

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  16. Oi Fernanda, é, realmente, abordar temas como ser requer uma certa coragem por se tratar de algo de natureza polêmica. Mas acredito que esse desafio você tirou de letra com um texto bem conduzido e informativo sobre algo que ainda é alvo de preconceito por muitas pessoas leigas ou que criticam sem saber. Não pertenço e não sigo essa religião mas respeito tanto a crença ou a não-crença de cada um pois todos temos a nossa liberdade de escolha que, como tal, deve ser respeitada.
    Muito interessante.

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  17. Boa Tarde Fernanda!
    A diferença entre Candomblé e Umbanda não é somente o fato de matar animais no sacríficio...
    Bom, sobre o sacrifício dos animais - a chamada matança, de certo ponto é condenável, de certo ponto, ou seja, aqueles que não fazem parte da religião. Mata-se muito mais num abatedouro do que no somatório das casas de Candomblé e o que é sacrificado boa parte vai para a mesa na festa pública. Agora o Exú (orixá) é diferenciado de todas as 'qualidades', é assim que o povo de santo classifica os avatares, que você postou já que são de Umbanda. Mas em excência o que classificou como as funções de Exú tá valendo. Agora esse exú de capa não é o Orixá já que este e você não mencionou, é totalmente fálico e não está em oposiçã a Deus. As difernças entre as religiões (Candomblé e Umbanda) é muito extensa e nada simples. Como a Umbanda é altamente sincretizada tem várias linhas e é difícil ter uma "unidade", já que certas correntes Orixá que rege, outras Exús, outras é muito identificada com Kardec e ainda tem Jesus cristo além de falanges de Caboclos... O Candomblé também é muito sincretizado, a mistura se deu pq o candomblé não é africano e sim brasileiro, as variadas etnias que vieram d'África quando da chegada quando da criação de culto misturaram idéias e deuses formando um panteão. Sincretizado com a Igreja Católica? Sim. Porém não a ponto de alterar o que é cantado e cultuado - pra quem já viu um quarto de Orixá sabe do que falo ou se deu ao trabalho de 'googlar' cantigas seja de qual nação do Candomblé que for, não há nada ali que faça menção a lgum santo católico. Baseavam as semelhanças dos Orixás aos santos e como eram escravos, num primeiro momento e depois era proibido, faziam as festas religiosas na mesma data de santos católicos para passarem despercebidos. O Blé é religião afro-brasileira já que diversos pontos não existem na matriz africana, por exemplo temos a vestimenta que chamamos de baianas (as baianas das escolas de samba são um genérico), não existe na África e sim no Brasil.
    O assunto de comparação é complicado por demais. No mais parabéns ao abordar um tema difícil como lançar um foguete à lua da garagem de sua casa.

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  18. Mais 1 detalhe de suma importância: já vi e ouvi pessoas falarem que não conseguiriam ir um Candomblé pelo motivo de matança e sacrifícios, será que os mesmos não comem carne? Se comem no McDonald se sente assim assim... E se é o motivo principal o sacrifício relaxem pois os mesmos são realizados antes da festa pública e só com os iniciados se acontecer de você chegar na hora você chegou adiantado, no mínimo, umas 10 horas. rsrsrs

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