quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Eutanásia "boa morte"...

Volta e meia o assunto vem à tona mas, até hoje a discussão sobre a eutanásia é acalorada e gera controvérsias. Considerada crime, já que a prática não é aprovada por lei e embora aplicada na clandestinidade, à polêmica sobre o assunto, envolve não apenas o direito de se despedir da vida de forma mais humana, e sim temas mais complexos como ética, direito e religião.
Lembro de ter lido, no ano de 2005, em alguma revista que não me recordo agora o nome, que a falta de leitos nos hospitais e a demanda da população por cuidados médicos, era um dos fatores decisivos para a prática.
A matéria descrevia mais ou menos a seguinte situação, entre manter um paciente idoso vivo, graças ao auxílio de aparelhos, e em condições totalmente vegetativas, e salvar alguém em estado grave porém, mais jovem e com mais chances de sobreviver de forma digna, alguns médicos não pensam duas vezes, aplicavam a eutanásia no primeiro caso.
Em artigo recente, escrito por Scarlett Marton e publicado pela revista Ciência e Vida, o tema hoje é o foco central nos debates de bioética (estudo que tem por objetivo investigar as condições necessárias para administração responsável da vida humana). Projetos tramitam no Congresso para reforma do código penal que busca reduzir a pena de reclusão, caso o autor do "crime" tenha agido por compaixão e a pedido da vítima ou ainda o ato de deixar de manter a vida de alguém por meios artificiais, caso a morte tenha sido atestada como inevitável e desde que solicitada pelo paciente ou parentes próximos. Porém, se aprovado as alterações, a eutanásia permanece proibida, o que mudará serão as punições, neste caso mais brandas, a quem aplicar tal ato, desde que de forma justificada. A opção de morrer, segundo defensores da prática, está associada ao princípio da autonomia, ou seja, cada indivíduo tem o direito de decidir sobre a própria vida. Já para grupos religiosos, é considerada crime. Neste caso, é irrelevante o fato da vida estar sendo mantida, graças aos avanços tecnológicos da medicina. A morte só é aceita se ocorrer de forma natural, de acordo com a vontade divina.
Será que no futuro, o Brasil será um país a favor da eutanásia?

sábado, 19 de setembro de 2009

Eu li e indico..."Mentes Perigosas"

As telenovelas, embora criticada e considerada por muitos como entretenimento sem conteúdo, é um importante formador de opinião e propagador de tendências, devido à influência que exerce sobre a sociedade.
Glória Perez em "Caminhos da Índia" propõe uma reflexão sobre o tema "psicopatia", ao criar a personagem Ivone interpretada, numa brilhante atuação, pela atriz Letícia Sabatella.
Ana Beatriz Barbosa Silva teve participação especial, em um dos capítulos da trama, o que possibilitou a divulgação do seu trabalho.

A escritora Ana Beatriz Barbosa Silva no livro "Mentes Perigosas", faz uma análise sobre o comportamento dos portadores de psicopatia. Embora seja médica por formação e especializada no tema, propõe uma linguagem didática, não técnica, que permite até aos mais leigos, entender o que ocorre com esses indivíduos.
Identificar e diagnosticar um psicopata, não é tão simples como a princípio possa parecer. Eles não apresentam déficit da parte racional ou cognitiva, portanto, agem totalmente cientes, em prol do objetivo que almejam alcançar. Dotados de uma inteligência privilegiada, calculam com exatidão o alvo a ser manipulado e graças ao poder de convencimento, e até uma certa aptidão teatral, é comum encontrá-los em cargos de destaque em vários segmentos da camada social.
Ausência de sentido ético, desprovidos de julgamentos morais e impulsos totalmente destrutivos, os psicopatas têm consciência de que seus atos infringem regras sociais a diferença é que a frieza, predominante em sua personalidade, os deixam totalmente alheios aos sentimentos de culpa e remorsos.
O ápice da obra sem dúvida, foi a citação dos casos que ganharam grande repercussão na mídia, devido aos requintes de crueldade como o de Champinha (assassino de Felipe Caffé e Liana Friedenbach), Suzane Von Richtofen (que planejou a execução dos próprios pais) e Guilherme de Pádua e Paula Thomaz que mataram brutalmente a atriz Daniella Perez.
Estima-se que apenas 4% da população apresentem, em níveis variados (leve, moderado ou grave) indicativos de psicopatia. Vale lembrar que nem todo psicopata apresenta perfil assassino, muitas vezes, seu único objetivo, é a satisfação plena de seus interesses.
Alguns casos exemplificados, ao meu ver, ficaram soltos, o que gera margem de dúvida. Percebe-se um certo receio e isenção de Ana Beatriz. Ela deixa a incumbência ao leitor, de analisar os "perfis relatados" e tirar suas próprias conclusões.
O desfecho poderia ter sido mais elaborado, semelhante aos conselhos presentes em livros de auto-ajuda, a autora dá dicas de como identificar e lidar com um psicopata.
Mas, no geral "Mentes Perigosas - o psicopata mora ao lado" é uma boa indicação de leitura. Vale a pena conferir!

sábado, 12 de setembro de 2009

Preconceitos não foram suficientes, para calar a voz do cantor...

Cazuza foi um dos maiores ícones da cultura nacional nos anos 80. Alardeava críticas ao "sistema capitalista", através de suas músicas e de seu estilo, nada convencional. Pura ideologia de uma mente brilhante, que denunciava o caos da vida e do mundo.

Não foi apenas o sucesso como cantor, que o eternizou. Sua personalidade marcante, o fato de ter assumido abertamente sua homossexualidade, e mais tarde a doença, e que apesar de inúmeros tratamentos no exterior, o levou à morte prematura, foram essenciais para marcar a trajetória do astro.
A sociedade condena de forma veemente, qualquer indivíduo, que
opte por um estilo que difere do tradicionalismo hipócrita, que muitos estão fadados a aceitar, por não ter coragem de assumir suas reais convicções.
Tudo o que não se enquadra nos padrões impostos pela sociedade, é marginalizado ou estigmatizado. São os homossexuais, que assim como Cazuza, são estereotipados e não tem seus direitos reconhecidos pelo poder público, como a união legalizada, adoção de filhos e partilha de bens.

As causas da homossexualidade

Os escritores americanos Allan e Barbara Pease, autores da obra "Por que os homens fazem sexo e as mulheres fazem amor?", uma comédia que retrata a diferença entre casais, reservou um capítulo intitulado "gays, lésbicas e transexuais", que explica a possível causa da homossexualidade.
As pesquisas feitas para elaboração da obra demonstraram que todo bebê, em processo de formação no útero materno, quando o cérebro ainda está em desenvolvimento, são do sexo feminino. Após, seis ou oito semanas, depois da concepção, o feto que será do sexo masculino recebe doses de hormônios chamados androgênios, responsáveis pela formação do testículo e que altera o cérebro de feminino para masculino. De acordo com os autores, essa fase é decisiva pois, se o feto não receber a dose exata, pode nascer um menino com cérebro estruturalmente mais feminino que masculino, então essa criança provavelmente poderá se tornar gay. Ou ainda, uma criança geneticamente do sexo masculino, com os genitais correspondentes, e o funcionamento do cérebro inteiramente feminino, pode se tornar um adulto transexual.
Porém, a ciência ainda estuda as causas da homossexualidade e existem diversas opiniões sobre o assunto. Alguns especialistas acreditam ser mais comum encontrar homossexuais em famílias numerosas, onde existam 3 irmãos mais velhos, o quarto pode ser gay. Mas, isso é apenas suposição, pois, assim como Cazuza, vários filhos únicos também são homossexuais, portanto, tudo não passa de especulações e ainda não foi constatado a verdadeira causa.
Mas, os estudos já estão em fase adiantada e os pesquisadores acreditam que a homossexualidade é algo proveniente da genética.
A sociedade precisa rever diversos conceitos em relação a essa questão, pois, ao que tudo indica, pelo menos cientificamente, ser homossexual não é uma opção e sim uma "deficiência" no processo de desenvolvimento do feto, que ocorre dentro do útero materno.

Este texto também foi publicado no descargapublica.blogspot.com

Observação: Escrevo regularmente para o blog "Descarga Pública" e meus textos têm tido uma boa aceitação dos internautas. Porém, esse em especial gerou muitas polêmicas...(veja comentário)

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Quanto vale-cultura?

Me agrada muito a idéia de ter mensalmente uma determinada quantia, que poderá ser destinada exclusivamente ao consumo cultural.
O Brasil é um país carente em muitos aspectos. Os altos índices de violência não estão atrelados necessariamente à pobreza, neste contexto, o baixo nível educacional e falta de acesso às opções de lazer e entretenimento, contribuem para alavancar esses dados.
Tramita na Câmara dos Deputados, desde o dia 27 de agosto, aguardando aprovação, o Projeto de Lei do vale-cultura. Uma das políticas públicas mais representativas do governo Lula e que tem tido boa aceitação da crítica.
A estatística publicada pelo MinC (Ministério da Cultura) é alarmante. Apenas 14% da população vai regularmente aos cinemas, 96% não freqüentam museus, 93% nunca foram a uma exposição de arte e 78% nunca assistiram a um espetáculo de dança. Já em relação à leitura, de acordo com Associação Nacional de Livrarias, o brasileiro lê em média, apenas 2 livros anualmente, contra 15 a 25 livros lidos por ano, nos E.U.A e Canadá.
Resta saber se as empresas irão aderir ao programa. Caso optem por conceder o vale-cultura (um cartão magnético no valor de até R$ 50,00) poderão deduzir até 1% do imposto de renda.
A formação de um cidadão não ocorre apenas dentro das escolas. É necessário que ele faça e sinta-se parte ativa de uma sociedade. Proporcionar esse tipo de benefício pode ser um marco decisivo, para a transformação cultural do nosso país.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Assessoria de Imprensa na Área Política

A foto que ilustra esse post, é da galera do curso de "Assessoria de Imprensa na Área Política". Passamos um breve período juntos mas, compartilhamos muitas informações e experiências.
O palestrante foi o jornalista Ricardo Monzillo, Assessor de Imprensa da Secretaria Municipal de Esportes de São Paulo, ex-coordenador da TV Bandeirantes e Produtor de Jornalismo da Rede TV.

Um abraço a todos os participantes! Espero vê-los em breve!
Fernanda (Pauta Jornalística - Sociedade da Informação)