Volta e meia o assunto vem à tona mas, até hoje a discussão sobre a eutanásia é acalorada e gera controvérsias. Considerada crime, já que a prática não é aprovada por lei e embora aplicada na clandestinidade, à polêmica sobre o assunto, envolve não apenas o direito de se despedir da vida de forma mais humana, e sim temas mais complexos como ética, direito e religião.
Lembro de ter lido, no ano de 2005, em alguma revista que não me recordo agora o nome, que a falta de leitos nos hospitais e a demanda da população por cuidados médicos, era um dos fatores decisivos para a prática.
A matéria descrevia mais ou menos a seguinte situação, entre manter um paciente idoso vivo, graças ao auxílio de aparelhos, e em condições totalmente vegetativas, e salvar alguém em estado grave porém, mais jovem e com mais chances de sobreviver de forma digna, alguns médicos não pensam duas vezes, aplicavam a eutanásia no primeiro caso.
Em artigo recente, escrito por Scarlett Marton e publicado pela revista Ciência e Vida, o tema hoje é o foco central nos debates de bioética (estudo que tem por objetivo investigar as condições necessárias para administração responsável da vida humana). Projetos tramitam no Congresso para reforma do código penal que busca reduzir a pena de reclusão, caso o autor do "crime" tenha agido por compaixão e a pedido da vítima ou ainda o ato de deixar de manter a vida de alguém por meios artificiais, caso a morte tenha sido atestada como inevitável e desde que solicitada pelo paciente ou parentes próximos. Porém, se aprovado as alterações, a eutanásia permanece proibida, o que mudará serão as punições, neste caso mais brandas, a quem aplicar tal ato, desde que de forma justificada. A opção de morrer, segundo defensores da prática, está associada ao princípio da autonomia, ou seja, cada indivíduo tem o direito de decidir sobre a própria vida. Já para grupos religiosos, é considerada crime. Neste caso, é irrelevante o fato da vida estar sendo mantida, graças aos avanços tecnológicos da medicina. A morte só é aceita se ocorrer de forma natural, de acordo com a vontade divina.
Será que no futuro, o Brasil será um país a favor da eutanásia?
Não sei, Fernanda. Não apenas o Brasil mas muitos países ainda há a questão religiosa que praticamente regula diversas situações, do aborto à eutanásia, por exemplo. Temas polêmicos, sem dúvida.
ResponderExcluirE isso porque o nosso Estado é laico. Imagine se não...
Eu não consigo me posicionar, de certa forma, sobre a eutanásia, ainda. Nem é por motivos religiosos, não. É que já tive na família casos 'desenganados'em estados quase irreversíveis "darem a volta por cima". Reconheço que isso é complicado, mas se há uma mínima chance, acho injusto não tentar.
É uma questão complicada, sem dúvida.
Seu blog cada vez melhor, Fernanda! bjs!!!
Tomara que não viu!
ResponderExcluirAcredito que tudo deva acontecer conforme a vontade de Deus. Cada um tem uma história... Sendo assim, jamais serei a favor da eutanásia, abordo e coisas do tipo.
Mas como sempre digo: cada um é cada um, respeito a opinião de todos!!!
Bjos fofos Fê. Amei sua visita!!!! Volte sempre#####
Também acho que a morte deve acontecer de forma natural e não-induzida porque se você aplicar a eutanásia corre-se o risco, como já foi dito acima, de se perder uma possível recuperação que muitas vezes acontece por mais impossível e milagroso que pareça....
ResponderExcluirRespeito a opinião de quem é a favor pois, assim como foi mostrado no filme ``Mar adentro``, baseados em fatos reais senão em engano, essa situação mobiliza toda uma familia que, tendo em vista a condição da pessoa em estado vegetativo e praticamente imóvel do pescoço para baixo, ajuda-o mesmo que isso faça com que alguns sofram.
Galera...agradeço pelos comentários!
ResponderExcluirJaime, Lú e Marcus...
Discordo em manter um paciente por exemplo, que há anos se alimenta e se mantém vivo, graças ao auxílio de aparelhos. Mas, concordo que existem casos "desenganados pela medicina", que de forma inexplicável, voltaram a ter uma vida digamos até normal.
Não cometer suicídio, cuidar do corpo que Deus nos deu e acreditar que a vida acaba somente quando nossa hora chega...enfim...tudo isso são conceitos provenientes da religião. Penso que a eutanásia talvez seja mais aceita por um grupo restrito, os chamados ateus. Pois, quem acredita na existência de um ser superior, que nos deu o "dom" da vida, jamais vai aceitar tão facilmente essa idéia.
Realmente o "direito de morrer" com dignidade...o abreviar do sofrimento...são questões extremamente polêmicas.
Agradeço pela participação!
Bjsss, Fê
Sou categórico quanto a esse assunto: SOU CONTRA A EUTANÁSIA!! A letra da Lei também o é!!
ResponderExcluirVou analisar alguns pontos:
=>a eutanásia é injustificável, no caso de os médicos elegerem o que tem morrer ou viver, Se falta leitos, quem está em falta nesse caso é o Estado, que é OBRIGADO a prover assistência médica a TODOS OS CIDADÃOS BRASILEIROS. Se os médicos fazem isso por contingência, quem deve ser processado é o Estado!!
=> Leis mais brandas podem até ser boas nos casos menos graves, de prática por contingência e não criminosas, segundo o mérito. Mas, como aferir rigorosamente que a prática não foi intencional?? Há detectores de mentira eficazes?? Há métodos seguros de aferimento da verdade??
=> Esse negócio de o cidadão ter direito de decidir sobre a própria vida é relativo e, na verdade, inconsistente, pois acima do cidadão individual está o Estado, mandatário da coletividade. E o Estado tem o dever de evitar, a qualquer custo, a perda de vida de quaisquer cidadãos, exceto no caso de risco iminente para a mãe no parto, onde a mãe tem preferência, já que o feto ainda não nascido não é ainda considerado cidadão brasileiro. Se for como o proposto no texto, a pol[icia deixaria a cargo de quem estivesse para se jogar de um prédio a decisão de se jogar ou não. E qual é a ordem?? Salvar e evitar o suicídio, a qualquer custo. Os suicídios de parapeitos de prédio se tornariam eventos cinematográficos corriqueiros e patéticos.
Bjs Fernanda!!