sábado, 29 de agosto de 2009

Todo mundo quer ser político...

As assessorias já trabalham a imagem dos seus clientes, pois, resta poucos meses para a decisão, que irá eleger os próximos ocupantes de cargos políticos no Brasil.
2010 é ano eleitoral. O país vai decidir o novo Presidente da República além, de Deputados Federais e Estaduais, Senadores e Governadores.
Quem atua na esfera política, principalmente nos bastidores, conhece bem o termo "limitação". Moldar um candidato para que ele atenda às expectativas de toda uma classe, é tarefa árdua.
Obviamente não posso citar fontes, já que neste caso seria antiético da minha parte, mesmo porque, pertenço à mesma categoria de meus colegas de profissão. Mas, ouvi em "off" muitos Assessores Políticos reclamarem do baixo nível educacional e despreparo de seus assessorados.

Falta de critérios

Quero ser político! Mas, tenho embasamento suficiente pra isso? Estive engajado em algum movimento histórico, que me dê subsídios para exercer o cargo? Tenho conhecimento suficiente para lutar e propor algo relevante à uma sociedade? Que tipo de destaque quero e pretendo ter?
Indagações como essas deveriam ser obrigatórias, antes de se lançar num mundo tão complexo, que exige não apenas vontade, e sim competência e muito conhecimento. Porém, a falta de critérios, resulta em candidatos que não sabem nem ao certo, quais são seus ideais políticos.

Desafios do Assessor

A exploração da imagem de homem "batalhador e de origem humilde", é mais aceita pois, há uma identificação de "valores", ou seja, caem mais facilmente no gosto popular. Portanto, essa é uma característica que joga a favor, e deve ser conservada pelo "assessor".
Agora em relação à falta de fluência verbal, erros primários na língua portuguesa, isso tanto na escrita quanto na fala, e problemas de postura, já que alguns não conseguem se comportar de forma adequada, diante do seu público eleitoral, isso são desafios constantes que o Assessor Político enfrenta em sua rotina. Como lidar com a ausência educacional e cultural de um candidato? Como dar uma nova roupagem em tão curto espaço de tempo?
O político é o próprio produto. Ele vende sua imagem, seu carisma e seu poder de persuadir a massa. Entretanto, essas características não são bastante o suficiente, para formar um verdadeiro líder que represente uma nação.
Não faço parte da parcela da sociedade, que acredita que todo candidato deve ter, no mínimo, nível superior. Mas, sou totalmente contra àqueles que tentam se eleger e não tem domínio do tema política, não tem noção do sistema de funcionamento da máquina e não estão engajados, ou não conhecem os movimentos históricos da sociedade.
Vivemos em um regime democrático mas, deveríamos ser mais criteriosos. Não dá para aceitar qualquer um como candidato, muito menos eleger com nosso precioso voto!

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Setor: Construção Civil

A preocupação com o meio ambiente, na preservação dos recursos naturais do planeta, tem sido uma pauta não só discutida, em âmbito internacional, mas, aplicada em diversos segmentos.
Um mercado promissor e muito representativo na economia brasileira, o da construção civil, desenvolve e busca soluções, tendo como objetivo viabilizar regras, para diminuir o impacto ambiental do setor.
Formado por empresas associadas ao (Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) SindusCon-SP, o comitê de Meio Ambiente, é responsável em pesquisar tecnologias de gestão de resíduos, reuso de águas, conservação de energia, utilização correta de madeiras, preservação da cobertura vegetal, além, de estimular entidades e fabricantes da cadeia, à implantar uma cultura de gestão ambiental.
O setor produtivo da construção civil, assinou junto com o Governo do Estado de São Paulo, o "Protocolo Ambiental da Construção Civil e Desenvolvimento Urbano", cujo objetivo é elaborar políticas ambientais e adotar ações destinadas a consolidar o desenvolvimento sustentável do segmento.
A Construtora MBigucci aderiu seu padrão produtivo baseado na conduta de responsabilidade ambiental. No Brasil, apenas 11 empresas do segmento possuem o certificado ISSO 14001 (referente à Gestão Ambiental).
De acordo com Roberta Bigucci, diretora da empresa “isto fez com que essas ações (coleta seletiva, reaproveitamento de material, economia de energia elétrica e de água, redução de materiais descartáveis, entre outros) fossem ficando no DNA, no sangue da companhia, declara.
As estratégias de sustentabilidade também estão nas obras, com armazenamento de resíduos (gesso, madeira, plástico e papel) e envio deste material para empresas de reciclagem, uso de garrafas pet com água, para iluminação natural do canteiro de obra, captação da água dos chuveiros e lavatórios dos canteiros, para reutilização nas descargas e uso de madeira reflorestada.
Aproximadamente 40% de todo resíduo é gerado pelo setor, sendo que a reforma e construção de edifícios, produzem anualmente 400 kg por habitante, volume quase igual ao do lixo urbano, de acordo com estatísticas da SindusCon.

O blog "Pauta Jornalística - Sociedade da Informação" publica ações desenvolvidas e aplicadas por diversos segmentos, na preservação do meio ambiente.
A primeira matéria da série é sobre o setor de Construção Civil.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Crise...na política

No curso de Assessoria Política o assunto do momento, é a crise de imagem que acomete não apenas o PT (Partido dos Trabalhadores) mas, o próprio Presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Quase no final de seu mandato, que termina em 2010, o partido conhecido e admirado por sua "bandeira", na luta pela classe trabalhadora, ganha um episódio nada positivo que provavelmente perdurará na memória do brasileiro nas próximas eleições.
O posicionamento favorável do PT no arquivamento das denúncias contra o Presidente do Senado José Sarney, é o motivo da revolta entre alguns membros parlamentares. Tanto que o Senador Cláudio Arns anunciou seu desligamento, após declarar o quanto se sentiu envergonhado com a falta de fidelidade do partido, em relação à filosofia que marcou sua trajetória.
Na sequência de fatos, a Senadora Marina Silva com o argumento de que o PT não tem espaço para seus projetos voltados ao meio ambiente, se desliga do partido.
O Presidente nacional do PT, Ricardo Berzoini declara que os últimos acontecimentos, não passou de tentativa, da oposição, de criar um conflito entre PT e PMDB.
José Sarney em contrapartida, através de um artigo publicado em um jornal, faz um questionamento sobre a eficiência da existência do conselho de ética, que não é uma norma do direito constitucional, e sim algo criado pelo próprio Senado em 1993.
Deixo o texto sem finalização, para que você leitor e eleitor, reflita sobre "política". E você o que acha sobre isso???

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Adoro "Café, com Notícias" então...melhor ainda!

Feliz Aniversário!!!

Vivemos em plena era digital ou da informação. Dependemos de todas as formas de tecnologia, para que a comunicação ocorra de forma eficiente. Num mundo globalizado, tudo se propaga numa velocidade impressionante.
Em meio a este cenário, nem sei ao certo como conheci o blog "Café com Notícias" que completa, exatamente hoje, 2 anos de existência. Idealizado pelo jornalista mineiro Wander Veroni, este espaço tem cumprido sua função, de proporcionar aos internautas conteúdo de qualidade.
Além, de difundir conhecimento, cultura e informação, hoje é o ator principal na abertura de discussões, reflexões, participação e interação da sociedade.
Outro fator extremamente relevante, que fez com que o "Café com Notícias" liderasse o ranking de acessos, foi a excelente estratégia de divulgação. A abrangência não se limita ao entorno mineiro, entre os paulistanos, a página já garantiu seu público e espaço.
No mundo da blogosfera é possível encontrar os mais variados formatos, que infelizmente caem no esquecimento, com a mesma velocidade que se iniciam. Se não tiver conteúdo agregador de valores e que seja eclético, ou seja, que atenda às expectativas de vários perfis de leitores, o tempo de sobrevivência tende a ser breve.
Muito mais do que lançar temas, é exigido do blogueiro muita sensibilidade, visão crítica, e amplo conhecimento. E a soma de todos esses requisitos, é que faz do "Café com Notícias" um dos melhores blogs jornalísticos da atualidade.

Clique no link abaixo e acesse "Café com Notícias".
No mês de aniversário do blog, quem ganha é o leitor. Participe você também!
Mais informações:

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Produza, publique e comercialize seu próprio livro


A Universidade do Livro, vinculada à Fundação Editora da Unesp, promove o curso de extensão "Edição: o livro como negócio e produto", que acontece nos meses de setembro a novembro de 2009.

Programação

- Discussão tanto das questões mais gerais do negócio, comuns a todos os segmentos, quanto as de áreas específicas, ligadas ao mercado verticalizado.

- Cadeia produtiva do livro, trazendo competências básicas para os profissionais criarem seus produtos e projetos, incluindo também a administração de cargos e funções, contratos, e tudo o que envolve o processo de produção.

- Análise do produto e sua colocação no mercado: as ações que podem e devem ser desenvolvidas para que o livro chegue de forma eficaz ao seu consumidor final; do marketing à imprensa, dos canais de divulgação aos de distribuição e vendas.
Novas mídias e o futuro do mercado editorial.

- Abordagem da cadeia produtiva final, debatendo custos, preços e como eles afetam a definição e tiragem do produto, buscando com essa análise, administrar a fase industrial do livro.

Quem pode participar?

Jornalistas, Empreendedorese e (futuros empreendedores), administradores, editores, assistentes editoriais, gerentes editoriais e administrativos, gerentes e supervisores comerciais, publicitários, tradutores, designers, profissionais das mais diversas áreas interessados na indústria do livro como possível área de trabalho, e demais interessados.

Objetivo

Tornar os participantes aptos a gerir seus negócios, como proprietários, gerentes administrativos ou editoriais, através do conhecimento do mercado nos seus aspectos mais gerais e específicos: financeiros, produtivos e comerciais.

Início

As aulas começam dia 15 de setembro e serão ministradadas duas vezes por semana, com duração de três meses (das 19h00 às 22h00 às terças e quartas).
Os alunos terão mais três meses para orientação e elaboração da monografia ou trabalho de conclusão do curso.
O certificado de extensão será expedido pela Reitoria da Unesp.

Corpo docente

Coordenado pelo economista, administrador e ex-diretor de marketing das editoras Ática e Saraiva, Wander Soares, e pela coordenadora da Universidade do Livro, Miriam Goldfeder, o curso será ministrado por diversos profissionais com ampla experiência na área.
O investimento é de R$ 3.500,00.
Sócios de entindades ligadas ao livro (CBL, Snel, ABDR, Abrelivros, Libre, trabalhadores na indústria editorial, jornalistas, professores e tradutores) têm desconto de 20%, totalizando R$ 2.800,00, este valor pode ser parcelado em até 4 vezes.

Mais informações

E-mail: universidadedolivro@editora.unesp.br
Telefone (11) 3242-9555
O programa completo está acessível no site: www.editoraunesp.com.br

sábado, 15 de agosto de 2009

Palestra do jornalista Rodrigo Vianna

Rodrigo Vianna no último dia 08, ministrou a palestra "Jornalismo - o mito da isenção". O evento foi promovido pelo Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo.
Formado há 20 anos, pela Casper Líbero, seu currículo inclui mídias como jornal Folha de São Paulo, TV Cultura e TV Globo. Atualmente faz reportagens especiais para o "Jornal da Record" e apresenta o "Entrevista Record - Mundo".
O auditório Vladimir Herzog, na sede do Sindicato, contou com a presença de estudantes de comunicação, assessores de imprensa e jornalistas de diversos veículos.

Vianna retratou a impossibilidade dos profissionais serem totalmente isentos ao redigir uma matéria, já que o indivíduo faz parte de uma sociedade e portanto, carrega consigo um histórico pessoal que inclui crenças, ponto de vista e ideologia. Além, dos interesses econômicos, sociais e políticos, não alheios ao mundo da comunicação.
"Você trás sua história para a pauta que está fazendo. O direcionamento no texto ocorre, já na escolha das palavras" declarou o repórter.
Os participantes do evento, assistiram trechos do documentário "A Revolução não será televisionada" produzida por Kim Bartley e Donnacha O'Brian. O vídeo retrata a tentativa de golpe, ocorrida em 2002, contra Hugo Chávez.
Rodrigo Vianna esteve recentemente na Venezuela, como enviado especial, onde fez uma cobertura política do atual presidente.
Entre tantos títulos conquistados, em 2007, o jornalista foi vencedor do prêmio Vladimir Herzog na categoria "Reportagem Especial para TV".


Cursos e palestras

O Sindicato dos Jornalistas no Estado de São Paulo promove periodicamente, cursos para aperfeiçoamento dos profissionais de comunicação.
A sindicalização não é exigida para participar dessas iniciativas porém, é importante já que o órgão representa à classe, nas lutas em defesa de melhorias, tanto da profissão quanto dos profissionais.
Redação Criativa, Assessoria de Imprensa, Assessoria Política, Comunicação Interna, Jornalismo Internacional e palestras de diversos temas, estão na grade de cursos e eventos, que o sindicato oferece.

Para mais informações acesse: http://www.sjsp.org.br





quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Religião x Capitalismo $$$$$


O Jornal Nacional noticiou, dia 10 de agosto, a acusação dos fiéis feita ao Ministério Público contra o Bispo Edir Macedo, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus. Mais 9 membros do grupo, chefiados por ele, estão sendo investigados por falsificação de documentos (usados para compras de emissoras de rádio e TV), ocultação de bens, e uso de empresas de fachada para lavagem de dinheiro, como é o caso da Unimetro e a Cremo Empreendimentos.
A igreja possui 8 milhões de fiéis espalhados nos 1500 templos religiosos e arrecada anualmente, entre dizimos e ofertas, cerca de 1,4 bilhões.
Existem cursos específicos para formação de líderes religiosos. Os candidatos a pastores ou obreiros, aprendem conceitos sobre oratória, persuasão, dízimos, ofertas, que garantem como resultado final, uma oratória eloquente para o pregador triplicar a quantidade de membros de sua igreja.

Porque buscamos "Deus" de forma constante?

A crença em Deus existe desde o início dos tempos. Antes do surgimento da bíblia (que começou a ser escrita em torno do ano de 1250 a/c), as pessoas já se apegavam a fé como forma de fortalecimento, para enfrentar as dificuldades da vida. A partir da escritura de Deus e sua interpretação, é que várias religiões se formaram.
Uma pesquisa realizada pelo psicólogo Brian Wiloughby da Universidade de Miami, revelou que indivíduos devotos de alguma religião, tem casamentos mais duradouros e satisfatórios, melhor desempenho escolar, noções de valores e disciplina.
Enquanto as pessoas rezavam ou meditavam, conclui-se maior nível de atividades em duas partes dos cérebros, responsáveis pela auto-regulação, controle de atenção e emoção.

O capitalismo religioso

A fé e a identificação de valores, não são fatores únicos para pertencer a uma determinada doutrina. Muitos seguidores de religiões afro-brasileiras, como é o caso da Umbanda e do Candomblé, reclamam dos valores exorbitantes cobrados por muitos Babalorixás ou Yalorixás. Os ritos de iniciação podem variar de R$ 5 mil a R$ 10 mil reais. O alto custo muitas vezes, é justificado pela quantidade de materiais utilizados para os ebós (banhos de limpeza), oferendas (pratos típicos dos orixás), vestimentas, festas de saídas dos filhos (após, o período necessário de reclusão), entre outros.
Uma religião predominante na África, país pobre. No dia reservado aos cultos dos orixás, os adeptos se vestiam com suas melhores roupas e como oferenda (para reverenciar os donos de suas cabeças), preparavam os melhores pratos porém, tudo de uma forma improvisada. Existia sim todo o requinte mas, cada indivíduo proporcionava às entidades, aquilo que sua condição sócio-economica permitia. Para a prática do candomblé, não era necessário tanto dinheiro e sim respeito, adoração e devoção.
Já o catolicismo adota o celibato, questão que nos últimos anos tem gerado muitas polêmicas, devido aos casos de homossexualismo e pedofilia. Uns defendem que a proibição de constituir uma família, é garantia da não divisão dos bens, ou seja, todo o patrimônio do sacerdote seria doado à igreja. Outros alegam que essa renúncia é necessária para purificação do espírito.
Temos que ter respeito à todas as diversidades religiosas e não generalizar nenhuma, pois, vários líderes cobram e aplicam adequadamente as contribuições de seus fiéis.
Deus existe e é único, embora tenha várias denominações, já as religiões foram criadas pelo homem. A bíblia é o livro da humanidade e universal, cabe ao indivíduo interpretar as palavras deixadas por Deus, cada um de acordo com suas convicções.
Deus não precisa de dinheiro! Mas, aprecia as ofertas de fiéis pois, depende disso para promover a caridade em forma de obras assistenciais. Cabe aos líderes religiosos a missão de fazer bom uso desses recursos.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Profissão Inusitada - Dublador


São 17 anos de carreira e uma média de 800 filmes de diversos gêneros, que vão, desde infantis, até programas educativos e documentários. Uma vasta experiência e um talento descoberto ao acaso. Affonso Amajone, é ator e dublador desde 1989 e foi apadrinhado, faz questão dessa definição, por Nair Silva, na época, Diretora da Produtora Álamo.
Dono de um timbre com perfeita dicção, ele explica que qualquer pessoa pode ser dublador e que existem vozes para todos os papéis, pela gama de personagens encontrados nas produções. "Talvez o único detalhe, e o mais importante, seja o talento. São vários elementos nesse trabalho ao qual, temos que conviver. Texto, vídeo, microfone, diretor, técnica, tudo isso assusta um pouco e são coisas corriqueiras que você tem que saber lidar", explica.
Majone faz de 5 a 8 produções diárias e afirma não sentir dificuldade alguma em memorizar as falas. Utiliza uma técnica pessoal, que exige muito sincronismo. Vê rapidamente o script, decora o começo e o restante lê na gravação.
É exigido de todo dublador uma boa interpretação dos textos, bons argumentos, ótimo vocabulário e se possível, noções de outros idiomas. A tradução das obras são feitas no sentido literal da palavra, sem o regionalismo e a linguagem coloquial. É necessário que a energia do dublador, entre em cena.
Acostumado a dublar com certa frequência ícones do cinema como Antonio Banderas, Jean Claude Van Damme, Majone explica que não existe um dublador oficial para esses atores. Se o ator interpreta, naquela produção um personagem mais jovem, o diretor vai escalar um profissional com esse perfil para que passe exatamente essa impressão. "Costumo ficar com papéis mais pesados e de ação. Mas, depende muito da velocidade do personagem naquele filme", comenta.
Uma questão que gera bastante polêmica entre a categoria são o surgimento de atores, que ganham cada vez mais, destaque ao emprestarem suas vozes para produções infantis. Majone é taxativo ao ressaltar que "são famosos, geralmente globais, e colocados ali mas, não passam de chamariz. Para nós, que conhecemos a atividade, fica nítido que aquele indivíduo voltou diversas vezes a mesma fala para chegar em um resultado que não chega a ser ruim mas, é insatisfatório porque não tem vida. É uma injustiça.
Esse tipo de trabalho consiste em dar vida a um personagem que está, por exemplo, batendo boca. Você tem que colocar vida lá, por energia mesmo em uma cena que já está feita. Na dublagem pouca gente se lembra que o cara está dublando. Mas, esse é o intuito. Quato menos se lembrarem da dublagem, melhor ela está".
Ele ainda dá dicas para quem quer ingressar na carreira. Diz que o bom dublador faz o mocinho, o bandido, Jesus Cristo, enfim, não escolhe papéis e não tem preferências por personagens.
Fazer cursos específicos é interessante para obter o conhecimento básico. Mas, o dublador não atua sem carteira da Delegacia Regional do Trabalho (DRT) e para ter essa autorização é necessário fazer um curso de teatro paralelo à função.
"Você tem que ser bom. Tem que ter talento. O lado ruim da profissão é a falta de valorização. Quando um ator famoso faz dublagens, a publicidade é tanta que vai parar nos outdoors e é só aí que a dublagem se faz presente. E a dublagem se faz presente em quase 50% das programações que você assiste" afirma.
Vivemos na obscuridade. O ator de televisão pode ser famoso no ar, em uma novela pois, isso gera a fama. Mas, eu prefiro trabalhar na minha profissão, atrás dos bastidores, no anônimato mesmo, e ter trabalho todo dia.

Obs: Escrevi essa matéria, na época que trabalhei no Jornal Gazeta de Interlagos.

domingo, 9 de agosto de 2009

Profissão Inusitada - Piloto de Avião

O lado humano daqueles que estão à frente dessa atividade

Eles exercem diversos tipos de fascínios. Administram uma máquina complexa que exige preparo técnico, disciplina e extrema dedicação. Um campo competitivo onde voar pode ser privilégio de poucos. Sonhar não é suficiente. Tem que demonstrar maestria no comando da cabine. São eles os ‘heróis’ do espaço aéreo que fazem da aviação um dos setores que mais contribuem para a economia mundial.
Fernando C.A. Tenório de Carvalho, 26 anos, co-piloto há oito, trabalha em uma empresa de Táxi Aéreo (aeronaves particulares ou fretados) e faz uma média de 20 a 50 horas de vôos mensais. Diferente da aviação comercial sua escala não é definida. ”No mês tenho oito folgas e no restante dos dias fico de sobreaviso. A coordenação me liga e avisa que daqui à uma hora vou decolar. A natureza do negócio é assim mas, é quase um sacerdócio” declara. Por mais experiente e especializado, além, dos cursos e horas de vôos obrigatórios, Fernando, apesar de jovem, é formado também em Ciências Aeronáuticas, não o impede de pensar em cada detalhe que antecede a decolagem.
Ele explica que a rotina é previsível o vôo não. Tudo é imprevisível e tem que ser encarado como complexo. O piloto é obrigado profissionalmente a confirmar se os aeroportos que estão na sua rota vão operar normalmente, no caso de um pouso de emergência, consultar a metereologia, pois, através das nuvens no céu é possível identificar frentes frias e temporais, enfim, checar as alternativas para aumentar a segurança do vôo.
O momento predileto é o pouso. Mas, ao contrário, do que muitos pensam a decolagem gera mais tensão. É mais delicado porque o avião precisa percorrer a pista em alta velocidade. Se surgir algum problema na máquina a intervenção tem que ser rápida e em solo.
A profissão é insalubre. Rotinas desgastantes, sem horários fixos para alimentação, com mudanças climáticas diversas e riscos de acidentes aéreos. De acordo com a reportagem publicada na Revista Aero Magazine, até setembro deste ano, foram registrados 809 óbitos com quedas de aviões no mundo inteiro. Se comparado com os acidentes de trânsito diariamente morrem 82 pessoas e 958 ficam feridas o que corresponde a 34 mil fatalidades por ano. Conclui-se então que as aeronaves continuam sendo um dos meios de transportes mais eficientes e seguros, apesar, das quedas serem geralmente fatais. “É saudável você ter medo, receio, dar valor e gostar da vida. Voar sempre em prol da segurança e isso é uma filosofia de todo piloto. Os riscos na rua são maiores do que no avião. A máquina não tem mistério, mas, mata também se você não tomar cuidado. Você tem que racionalizar e saber que a morte, às vezes, pode estar do seu lado e você vai ter que agir para tirar ela dali” comenta.
Tenório não pensa em se aposentar tão cedo. Nem cogita essa possibilidade, pois, é realizado e ama sua profissão. Diz ainda que vai parar de voar somente quando seu corpo não agüentar mais.

Obs: Escrevi essa matéria, na época que trabalhei no Jornal Gazeta de Interlagos.

Profissão Inusitada - Enfermeiras de Bordo

Elas são enfermeiras e têm uma profissão que, apesar de essencial, pode ser considerada comum. Exercem as mesmas funções que suas colegas de trabalho só que com uma diferença, em altitude.

Especialistas em atendimentos emergenciais, fazem resgates e remoções de pacientes através de um transporte rápido e eficiente, o helicóptero.
Enfermeiras aeroespaciais como também são conhecidas, se diferenciam principalmente pela rotina desgastante. Um vôo de meia hora ou 4 horas representam quase um dia inteiro de trabalho convencional. Cada missão é especial pois, vem acompanhado de patologias diferentes, que exige um preparo único no pré-vôo “recebemos a triagem com informações do paciente e seu estado de saúde. Baseado no diagnóstico calculamos os medicamentos e a aparelhagem que possivelmente utilizaremos durante a missão pois, as vezes o quadro do paciente se agrava” explica Michele Taberna. E complementa “o momento que antecede cada decolagem é tenso demais”.
O maior desafio é prestar um atendimento de qualidade em um local restrito. O helicóptero é adaptado com o que há de melhor em tecnologias existentes atualmente no mercado. Equipamentos compactos, materiais para o menor peso e espaço. O mesmo ocorre com a equipe durante o atendimento. O piloto ajuda a abrir o oxigênio, a enfermeira auxilia nas leituras de rotas e números de rádio, enfim, tudo deve ser coordenado e a cooperação de todos é essencial.
“Não basta ser enfermeira, tem que gostar do que faz e ter conhecimento para isso. Existe uma característica na fisiologia do organismo em solo, que é diferente em altitude” declara Raquel Aparício. E acrescenta “Às vezes o paciente sofre com essas alterações e você precisa saber, para intervir se necessário”.
Pessoas que trabalham em altitudes também sofrem os efeitos colaterais iminentes da profissão como náuseas, sensação de trepidação, perda gradativa de audição e envelhecimento precoce, pela falta adequada de oxigênio. Porém, ambas são categóricas ao afirmar que sentem verdade paixão pelo que fazem e não imaginam outra área de atuação que não essa.
“O fato de não existir rotina para mim é o diferencial e funciona como um atrativo” afirma Raquel. “Agora em relação ao paciente não tem dinheiro que pague a satisfação em salvar vidas e depois receber um agradecimento sincero por isso” complementa a enfermeira.
Michele ressalta “o fator surpresa é interessante, apesar de você prever muitas coisas que podem ocorrer. Ainda assim, cada vôo é singular, nenhum outro terá as mesmas emoções e sentimentos. Realmente não se repetem”. E justifica “em relação ao atendimento, me sinto útil quando ajudo alguém que está sentindo dor”. “O que fazer nessas horas, é o ponto mais crucial, é o momento que vai fazer a diferença entre a vida e a morte dessa pessoa” conclui Michele.

O Mercado de Trabalho

Elas se especializaram em um segmento da enfermagem que é considerado ‘elite do atendimento emergencial’. Graduadas e com um vasto conhecimento, graças aos cursos de Socorrista, Transporte Aeromédico e Resgate Aéreo, estão inseridas em um mercado constantemente em expansão porém, pouco divulgado.
Raquel conta que até o término do nível superior, nunca tinha ouvido falar dos aeromédicos. Há apenas dois anos, o órgão responsável regularizou a profissão.
Candidatos que queiram ingressar em áreas da saúde, devem estar cientes de que o estudo é contínuo, não é uma coisa fixa, hermeticamente fechada, ele é mutável e você tem que correr atrás para estar renovado constantemente.
Na aviação comercial está em discussão à necessidade de ter enfermeiras nas equipes para acompanhar os vôos internacionais. É comum um passageiro sentir mal estar, oscilações e dores musculares devido ao longo trajeto.
É perceptível o crescimento gradativo da profissão e consequentemente amplia as possibilidades na especialização da enfermagem.

Obs: Escrevi essa matéria, na época que trabalhei no Jornal Gazeta de Interlagos.

Profissão Inusitada - Retratista

No esboço o desenho vai ganhando forma. As cores, nesse tipo de trabalho, não são utilizadas para traduzir biotipos. A grafite riscando o papel, através da magia das mãos do artista, dá vida a traços e expressões perfeitas. Retratista há pouco mais de 2 anos, José Maria de Souza Ereio é autodidata pois, nunca freqüentou cursos específicos. Confessa que o dom vem de Deus, já que desde criança descobriu a forte vocação para a arte.

Como todo artista ele viveu várias experiências boas e ruins e hoje aos 59 anos, transmite tranqüilidade e um desejo enorme de preservar sua liberdade. Trabalha em um espaço restrito cedido por um estabelecimento comercial. É no cantinho da calçada, de uma farmácia próximo a estação Saúde do metrô, que expõe suas belas obras. “Muitas pessoas me perguntam por que não fico em um ateliê. Gosto de estar na rua para ter um contato mais direto com o povo. Infelizmente vivemos em um país onde a arte não é muito reconhecida. E aí somos empurrados de um canto para outro” declara. E complementa “No momento a drogaria ofereceu esse espaço que ocupo, amanhã não sei onde estarei. Mas, sempre procuro um lugar na rua, um ponto para não incomodar. Essa palavra é muito triste para o artista porque o artista não deveria incomodar nunca” salienta. Em meio a barulhos excessivos, provenientes do fluxo de veículos da avenida e abordagem de diversos clientes e apreciadores, Ereio demonstra um poder de concentração surpreendente. É sentado no banquinho, com folga apenas aos domingos, que desenha 30 encomendas que recebe mensalmente. Para complementar a renda familiar, além de cumprir uma carga horária de 8 horas diárias estipuladas por ele, no período noturno dá aulas de desenhos para alunos que ele mesmo faz questão de selecionar. “Você tem que saber desenhar. Não dá para aprender. O que ensino são técnicas para quem já tem o dom. Não quero enganar as pessoas e nem ganhar dinheiro fácil” complementa. Cada retrato leva em média 5 horas para ficar pronto e o valor da obra varia de R$ 40,00 a R$ 50,00. É um trabalho que requer habilidade e Ereio é exigente na elaboração. Ele faz o esboço do desenho, e faz isso apenas uma vez, prestando atenção para não errar e utilizar a borracha o mínimo possível para não ter que retocar, e não deixar marcas no papel. Ao se aproximar do espaço físico é possível avistar uma cortiça onde ficam expostos retratos da dupla Sandy e Júnior, Juliana Paes Leme, Ayrton Senna, Antonio Fagundes e Marcelo Antony. Todos com uma extrema perfeição, que até os detalhes que passam despercebidos por nós, aos olhos do artista são ressaltados, pois, isso caracteriza as particularidades que nos diferenciam uns dos outros. O mais surpreendente são as nuances de cores que ele faz com a grafite. Sombreamentos suaves indo para o mais forte para, por exemplo, conseguir chegar a um tom de cabelo branco. E essa mesma técnica é utilizada para o cabelo loiro, os olhos verdes, azuis e castanhos. “Tenho que passar essa mensagem com um único instrumento, a grafite”. Ereio diz que geralmente retratos de pessoas idosas são os mais complicados pela quantidade de marcas de expressão. Eles não querem e não aceitam a quantidade de rugas que têm. A maioria acha difícil assumir os sinais que o tempo deixa no rosto. O que marca mesmo um retrato é o olhar e os dentes. Se ela tiver uma falha em cada dente, isso tem que ser mostrado. São detalhes que dão veracidade ao retrato. Apesar de estampar vários rostos confessa que nunca se auto-retratou e não tem vontade de deixar sua imagem registrada. Com alma de artista, mãos de mágico, e a simplicidade que se reflete na fé de um verdadeiro devoto Ereio declara “creio muito em Deus e hoje faço um trabalho muito bom. É ele que me dá essa força e essa luz”.

Obs: Escrevi essa matéria, na época que trabalhei no Jornal Gazeta de Interlagos.

Crédito: A foto que ilustra a matéria, foi gentilmente cedida pelo ilustrador Eduardo Manzano. E utilizada também, em uma das edições da Revista Capricho.
Confira seu trabalho no blog: portalquadrinhos.blogspot.com

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Eu fui e indico - Museu do Futebol

Uma opção inteligente que une entretenimento e cultura

O esporte brasileiro mais popular, sem dúvida é o futebol. Não distingue tipo físico, classe social e tem um papel transformador em nossa sociedade, já que para 'bater uma bola' não há discriminação. Negros, elites e povos humildes se unem quando o assunto é jogar uma partida.
Mesmo para quem não é tão fã, e eu me incluo nessa categoria, vai se encantar com o Museu do Futebol.
Uma iniciativa do Governo do Estado de S. Paulo, Secretaria de Esportes, Lazer e Recreação (Prefeitura da Cidade de São Paulo) apoio e realização de empresas privadas, o espaço foi construído para dar o mesmo status, que outras formas de manifestações culturais possuem como é o caso da arte, música e literatura.

No pavilhão central estão em exposição:

- 120 camisas (todas envoltas em placas moldadas na técnica vacuum-forming) de todos os times dos estados brasileiros
- 264 flâmulas (conhecidas como bandeiras que identificam os times - desde as mais antigas e atuais)
- 5130 botões (jogos de botões artesanais produzidos com diversos tipos de matéria-prima)

Os visitantes conhecem a tradição e os principais ídolos que construíram a história do futebol, no segundo pavilhão.
Painéis de acrílico transparente, projetam imagens de 25 craques como:

- Djalma dos Santos, Bebeto, Didi, Carlos Alberto Torres, Gerson, Garrincha, Falcão, Taffarel, Ronaldo, Roberto Carlos, entre outros...

A propagação do esporte no Brasil se deu graças ao rádio.
Baias individuais permitem ao visitante, ouvir trechos dos jogos narrados por: Ary Barroso, Jorge Cury, Fiori Gigliotti, Osmar Santos, Waldir Amaral, entre outros.

Já o terceiro pavilhão reserva uma surpresa ao torcedor. Telões mostram a exaltação da torcida. Graças aos recursos de áudio, a sensação ao ouvir o grito de guerra das torcidas, é de estar em pleno estádio em dia de partida.

Os totens contam, através de fotos, o que ocorria no mundo inteiro, nos anos em que o futebol brasileiro conquistava seus principais títulos.

Painéis giratórios, projetam personalidades diversas como: Carmem Miranda, Noel Rosa, Rachel de Queiroz, Cândido Portinari, Tarsila do Amaral, entre outros. Conhecer a origem do Brasil e os personagens que ajudaram a criar nossa identidade é importante para entender como ocorreu a ascensão do futebol.

Algumas atrações interativas estão reservadas aos visitantes, como o "Chute ao Gol" e o game no formato de mini campo de futebol.

Esse museu é imperdível ! Uma das melhores opções culturais que a cidade de São Paulo oferece aos seus moradores. Não deixem de conhecer!

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A polêmica do Bolsa Família

Até que ponto este programa tem eficâcia no combate à pobreza no Brasil?
Alguns críticos consideram apenas como estratégia petista, para garantir votos para as próximas eleições. Outros alegam que enquanto não houver um controle rigoroso de natalidade, como ocorre em países como China, Japão, Rússia, Suécia, Estados Unidos, Luxemburgo, Itália, Alemanha e França, o Bolsa Família, não vai atingir o objetivo almejado, que é proporcionar os direitos básicos como saúde, alimentação, educação e assistência social.
De acordo com dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) o Brasil está envelhecendo rapidamente, em 2050 o país terá 14 milhões de pessoas com 80 anos ou mais.
A emancipação, inserção das mulheres no mercado de trabalho, custos econômicos, emocionais e dedicação excessiva, são alguns dos fatores que levaram as famílias de classe média e alta optarem por um menor número de filhos (menos ou até 2). Já na classe baixa ou aqueles que se encontram abaixo da linha de pobreza, não se nota esse tipo de comportamento.
Como lidar com o envelhecimento populacional do país e ao mesmo tempo adotar um controle rígido de natalidade? A solução seria incentivar um maior número de filhos em famílias estruturadas financeiramente? E aplicar políticas públicas sociais objetivando reduzir o nascimento em grupos, que se encontram em vulnerabilidade social? Difícil responder a questão, pior ainda é achar uma solução para o problema.
O Bolsa Família resolve parte do problema de uma forma imediatista. Mas, fica claro que a longo prazo não terá muita efetividade no combate aos problemas sociais do Brasil. Não adianta apenas fornecer uma quantia mensal, sendo que muitas crianças irão crescer sem ter acesso a uma educação de qualidade, e no futuro, terão dificuldades em ingressar no mercado de trabalho.
Em contrapartida, em regiões brasileiras onde vivem milhares de famílias na seca, sem ter onde trabalhar e em situação de completa escassez, o Bolsa Família tem sido a única salvação. Ávidos pelo dia em que receberão o benefício, muitos o utilizam para comprar alimentos. Quando o recurso acaba (o valor é insuficiente para o mês inteiro) eles sobrevivem apenas de mingau, feito a base de água com farinha.
Se por um lado o programa tem recebido muitas críticas, por outro tem sido a esperança para milhares de pessoas. Atualmente atende 11 milhões de famílias em todos os municípios brasileiros.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O lado desumano da medicina...

"Eu juro...que não darei a nenhuma pessoa remédio mortal, ainda que seja por ela pedido, nem darei conselhos que induzam à destruição..."

Essa frase é uma passagem do juramento médico, feito no ato da formatura. É um compromisso ético assumido, para exercício de uma das mais importantes e conceituadas profissões.
A denúncia que faço hoje é em relação ao despreparo, ou seria mais correto afirmar 'descaso', que alguns médicos têm, em relação à pacientes com problemas de alcoolismo. Considerado uma doença crônica, inclusive em muitos casos pode ser decorrente de uma herança genética (hereditário), fatores psicológicos (depressão, conflitos emocionais, baixo auto-estima) e sociais (fácil acesso a bebida, estilo de vida estressante), enfim, várias são as causas que podem levar à dependência química.
Pude presenciar, dentro de um hospital conceituado fundado há 51 anos, a forma humilhante como são tratados quem apresenta esse tipo de patologia.
Através de um convênio particular, um dos melhores existentes atualmente, um paciente deu entrada com crise de cirrose hepática. Após, uma semana de internação recebeu alta, mesmo sem condições físicas, e isso era visível a qualquer leigo.
Com extrema grosseria e sem nenhum tato para abordar o problema, a médica afirmou que não poderia mantê-lo por mais tempo em internação, pois, o tratamento estava ficando muito caro. Que só de albumina (medicamento usado em tratamentos de cirróticos) foram ministradas três doses, e uma vez que o organismo não respondia de forma imediata, nada mais seria feito.
O paciente, sentindo ainda fortes dores, argumentou que não tinha condições de trabalhar. Em outras palavras, e com o tom de voz irônico e extremamente exaltado (quase aos gritos), a Dra. simplesmente o chamou de vagabundo, ao insinuar que aquilo era desculpa para conseguir um atestado, que ele tinha acabado com o fígado, que era um alcoólatra e que o problema dele deveria ser solucionado dentro do AA (Alcoólicos Anônimos).
Funcionário concursado há mais de 30 anos, cidadão idôneo, nunca perdeu um dia sequer no serviço (exceto agora com sua enfermidade), nem faltou com suas obrigações familiares, embora tenha o vício da bebida.
Mensalmente é descontado diretamente de sua folha de pagamento o convênio médico de primeira linha, inclusive o tratamento com a albumina (80%) é coberto pelo plano de saúde, os 20% restantes é pago por fora.
Conclusão, o paciente já fragilizado pelo estado de saúde, entrou em depressão (passou a não conversar, nem se alimentar de forma adequada, mostrava uma tristeza aparente) e debilitado, pois, não estava bem o suficiente para receber alta, entrou em coma dois dias depois. Internado dessa vez no Hospital Santa Cruz, o quadro de coma foi revertido, embora ainda esteja na UTI, tem recebido os devidos cuidados e intervenções médicas.
Fico pensando que se um portador de cirrose hepática (por uso abusivo do álcool) é humilhado dessa forma degradante, que dirá de um paciente homossexual HIV positivo? Que tipo de absurdos ele terá que ouvir para receber um tratamento médico adequado?
Sim, pois, este não é o primeiro caso que pude constatar. Já ouvi outros relatos de humilhações, que pacientes com determinadas 'doenças' são submetidos.
Até onde minha ignorância sobre o assunto permite, sei que não cabe ao médico julgar o paciente (credo, raça, opção sexual, etc) tampouco sua patologia, sua obrigação é com a saúde humana.
Julgamentos ou contrangimento moral, não é pertinente à suas atribuições médicas. Se a sugestão para que o paciente procurasse um grupo de apoio a dependentes do álcool, ocorresse de forma branda e com muito tato, seria até um conselho válido. Mas, o que mais indignou a todos, foi a crueldade e o tom discriminatório com que o assunto foi abordado.
Não estou generalizando a situação, pois, sei que existem profissionais da medicina que desempenham brilhantemente sua função e ainda que o dia-a-dia os tornem frios diante de tantos problemas, muitos ainda conservam o lado humanitário.
Cito um constrangimento ilegal e psicológico ocorrido dentro de um hospital (seja particular ou público), coisa inadmissível.
Acesso a saúde é um direito de todo cidadão. De acordo com a Constituição Federal de 1988, artigo 196 “não ser discriminado, nem sofrer restrição ou negação de atendimento, nas ações e serviços de saúde, em função da idade, raça, gênero, orientação sexual, características genéticas, condições sociais ou econômicas, convicções culturais, políticas ou religiosas, do estado de saúde ou da condição de portador de patologia, deficiência ou lesão preexistente".

Obs.: A identidade do paciente, do hospital, bem como nome da médica e CRM estão sendo preservados, pois, as devidas providências serão tomadas pertinentes a este caso.